sexta-feira, 6 de junho de 2014

"A vida é um divertido clichê"





“Como eu poderia expressar, buscando palavras, sinônimos, revirando pensamentos, fazendo da mente uma refém da imaginação, até o ponto de tornar uma trivial folha em branco em uma tão esperada linha preenchida?”

Dilema: A vida é realmente engraçada e existe um tipo de pessoa, da qual me identifico que não faz questão, ou talvez não se sinta a vontade o suficiente para escrever algo pessoal, que revele sua fraqueza, personalidade ou algo que no momento seja demonstrado através de meras palavras. Como descrito nesse momento. Existe também aquele tipo que ao ler, assimila a contradição de tal frase descaradamente exposta. E que acha clichê quando se diz “A vida é realmente engraçada”. Pois bem, pessoas são engraçadas, todavia a complexidade de cada ser me surpreende, e claro, permita-me a objeção: volto ao contraste, e assumo que as palavras que o seguem, irão me contradizer e expressar mais do que eu propriamente deveria. Afinal, por que ainda insistir com isso? “Tal ação envolvendo deveras palavras, dificilmente demonstraria algo a respeito.” A questão é: palavras me confortam, principalmente quando escritas, sozinha, sem a pressão de fatores externos, talvez pelo simples motivo de conseguir lidar melhor quando há organização de pensamentos. 

E pessoas... Bem, cada um sabe a melhor forma de lidar com suas complexidades. Então não levando para o lado pessoal, mas existe também aquele tipo pessoa inocente, eu diria criança, um olhar que sorri diante de uma percepção do mundo, que mais tardar idealiza e almeja uma vida adulta. Ao que percebo, na mesma sintonia, aquele tipo experiente, diria idoso, com um olhar cansado, porém vivido de extraordinárias experiências e outras nem tão extraordinárias assim, que sente falta ou gostaria de voltar a ter aquele olhar que sorri, mas é claro, são tipos demonstrados como extremos. O idoso volta a ser criança em uma determinada fase da vida, e a criança cresce. Fora isso, não mais tentando expressar em palavras formais, pois existe o tipo: confiável, traidora, gentil, generosa, arrogante, preconceituosa, mentirosa, tranquila, insana, psicopata, e por fim e não menos importante, existe você, que pode ter se identificado com qualquer um desses sutis adjetivos ou com outros que não fora demonstrado aqui; mas apesar de todas as características humanas, sejam boas ou ruins, sempre há uma fenda para mudá-la, aperfeiçoá-la ou irrigá-la de bondade, otimismo e chances. Pois é a engraçada vida que te mostra as chances, mudar é algo comum em qualquer ser, erros sempre serão cometidos, mas isto meu caro, te faz subir para o próximo degrau da experiência, e ao menos que a pessoa não saiba valorizar esta oscilação, a carga da mudança seguida do erro, jamais será bem aproveitada. Então concluindo com mais uma frase clichê: Sempre busque o melhor que existe em você. E agora eu paro por aqui, pois jaz aqui um intimo expressado mais do que o permitido. É,pessoas são estranhas.

Um comentário:

  1. “Tal ação envolvendo deveras palavras, dificilmente demonstraria algo a respeito.”
    Eu não sei o que dizer. Não sei o que poderia dizer, que realmente capturasse a magnitude do que eu senti ao ler isto. Esta exposição, esta explosão, esta fratura de vulnerabilidade de alma que você piedosamente permitiu ser vista, ou melhor, lida. Não sei o que dizer que faça justiça à inspiração que me causa, ou que melhor represente a expressão de fascínio que surgiu em meu rosto ao me aventurar em suas palavras, e ao mesmo tempo em que senti que seria capaz de me perder entre elas, ainda me senti estranhamente compreendido. Como um aconchego literário que eu não entendo bem, mas que mesmo assim me faz bem porque, vagamente, suponho que também sinto o mesmo.
    Ou, em outras e mais sucintas palavras: simplesmente incrível :)

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